O pico de vibração da torcida do Corinthians, medido no momento do segundo gol, foi de 455 mm/s². No início do primeiro tempo, a torcida do São Paulo atingiu 355 mm/s². Segundo Marco Juliani, engenheiro da Ieme responsável pela medição, a proporção de torcedores não influi no resultado final."Se tivermos um setor completamente cheio, mesmo que seja uma pequena parte, ele vai trabalhar exatamente como um outro setor que também esteja cheio, independentemente do número de pessoas. Isso ocorre pois trabalhamos com setores isolados", disse.
O estudo de medições faz parte do programa contínuo de monitoração da segurança do estádio. O objetivo é avaliar se as arquibancadas respondem adequadamente quando submetidas a cargas dinâmicas. No caso do Morumbi, Juliani afirma que o pico de vibração de 455 mm/s² é considerado normal. "Quanto à estrutura, o público pode ficar tranquilo", disse.
A partir de 550 mm/s² a vibração das torcidas se torna desagradável. Acima de 1.800 mm/s² ela é classificada como intolerável. No início da década de 90, quando não haviam sido instalados os amortecedores nas arquibancadas do Morumbi, o valor era três vezes maior que o pico de 455 mm/s² marcado ontem. Na época, a vibração era tão grande que as cabines de rádio, localizadas logo abaixo das arquibancadas, balançavam e assustavam os locutores esportivos.
Mais medições
Outros estádios brasileiros já passaram pela medição. Em São Paulo, o trabalho é realizado sistematicamente no Palestra Itália. "Lá o pico já chegou a 2.000 mm/s², pois a torcida organizada ficava justamente na parte onde não tinha amortecedor", explica Juliani. Pacaembu, Canindé, Engenhão, Maracanã e Olímpico também já foram monitorados. No estádio gremista a vibração medida atingiu valores intoleráveis.
A medição também já foi realizada no sambódromo paulista e em shows de música. Uma apresentação da cantora Ivete Sangalo, por exemplo, atinge níveis próximos a 1000 mm/s².
De acordo com Juliani, o estudo poderá ser realizado durante a Copa de 2014, nos 12 estádios brasileiros, mesmo que o público seja diferente e heterogêneo. "Na Copa, por questão de segurança e conforto do torcedor, ele deverá ser feito. Mais importante que medir as diferenças entre as diversas torcidas é a análise da segurança da estrutura", disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário